The Hated Ones Uma Sinfonia De Ruído Industrial Que Explode Em Melancolia Profunda

A música industrial tem um lugar especial no coração dos aventureiros sonoros, aqueles que não temem mergulhar nas profundezas do som distorcido e nas texturas ásperas. “The Hated Ones”, uma obra-prima visceral da banda Coil, é um exemplo perfeito dessa jornada sonora extrema. Lançada em 1992 como parte do álbum “Horse Rotorvator”, a faixa nos transporta para um universo de ruídos industriais pulsantes, melodias obscuras que se desenrolam como fumaça negra e vocais melancólicos que ecoam o sofrimento humano.

Coil, liderada pelo enigmático John Balance e Peter Christopherson, foi um dos pioneiros da cena industrial britânica na década de 1980. Sua música explorava temas obscuros como ocultismo, sexualidade não convencional, e a natureza destrutiva do desejo humano. “The Hated Ones” reflete essa temática através de uma progressão sonora complexa que tece entre o caos industrial e momentos de introspecção profunda.

Ao analisarmos a estrutura da música, podemos identificar três movimentos distintos:

• O Ataque Industrial: A faixa inicia com um rugido de distorção, como máquinas pesadas em funcionamento frenético. Uma bateria mecânica pulsa sem piedade, enquanto camadas de sintetizadores criam uma atmosfera densa e ameaçadora.

• A Dança da Escuridão: Gradualmente, a intensidade industrial cede espaço para melodias mais definidas. Um riff melancólico de guitarra se destaca sobre a base industrial, como um raio de luz penetrando a escuridão. Os vocais distorcidos de John Balance entram em cena, sussurrando frases enigmáticas sobre rejeição e solidão.

• A Libertação Melancólica: O clímax da música é atingido com uma explosão sonora de sintetizadores que se entrelaçam como fios nervosos. Os vocais de Balance se intensificam, transcendendo a dor para alcançar um estado de melancolia profunda e libertadora. A faixa termina em um silêncio gradual, deixando o ouvinte em um estado de reflexão contemplativa.

Coil: Uma Jornada Através da Escuridão Sonoro

Coil, banda formada por John Balance e Peter Christopherson em 1982, explorou os limites da música experimental e industrial ao longo de sua carreira. Influenciados por artistas como Throbbing Gristle e Psychic TV, Coil criou uma sonoridade única que combinava ruídos industriais agressivos com melodias etéreas e letras enigmáticas.

A discografia de Coil é extensa e variada, passando por diferentes estilos musicais e experimentações sonoras. Alguns dos seus álbuns mais aclamados incluem:

John Balance, o vocalista e principal compositor de Coil, era conhecido por sua personalidade excêntrica e visionária. Seu interesse por ocultismo, magia e simbolismo influenciou profundamente a estética e a temática da banda. Infelizmente, John Balance faleceu em 2004 após uma queda fatal, deixando um legado musical inesquecível.

A Influência de “The Hated Ones”

“The Hated Ones” se tornou uma das faixas mais populares de Coil, sendo frequentemente citada como um exemplo da força e da complexidade da música industrial. A faixa influenciou gerações de músicos e artistas, inspirando a criação de novas sonoridades e experimentações sonoras.

Além da sua influência musical direta, “The Hated Ones” também explorou temas psicológicos e sociais relevantes. A mensagem de rejeição e solidão presente na letra ressoa com muitos ouvintes, especialmente aqueles que se sentem marginalizados ou incompreendidos pela sociedade.

Conclusão: Um Clássico Intemporal da Música Industrial

“The Hated Ones” é uma obra-prima da música industrial que transcende os limites do gênero. A faixa combina ruídos industriais agressivos com melodias melancólicas e vocais intensos, criando uma experiência sonora visceral e inesquecível. A influência de Coil e “The Hated Ones” na música experimental continua sendo sentida até hoje, inspirando artistas a explorar novas fronteiras sonoras e a questionar as convenções musicais tradicionais. Para aqueles que buscam uma experiência sonora desafiadora e recompensadora, “The Hated Ones” é uma obra-prima a ser explorada com mente aberta e coração aventureiro.